sábado, 29 de outubro de 2011

Portishead - Machine Gun (live)

O último grande tema que António Sérgio (o homem da frente) me indicou. Faz dois anos, dia 1 de Novembro que nos deixou. Esta é uma pequena homenagem para quem tantou nos mimou.

Jornal o Público 1 de Novembro de 2009:
O António Sérgio era um grande profissional, uma referência da rádio, um mestre - como nós lhe chamávamos lá na rádio -, uma pessoa que deu um contributo muito grande para a divulgação da nova música, nomeadamente da música portuguesa - produziu o primeiro álbum dos Xutos & Pontapés, por exemplo -, tinha grande visão do futuro, era o homem do 'som da frente'", declarou Luís Montez.

"Ainda ontem à tarde esteve lá a gravar o programa da próxima semana", confirmou Luís Montez, adiantando que ele irá para o ar tal como previsto.

Zé Pedro, guitarrista dos Xutos&Pontapés, recordou igualmente ao PÚBLICO a influência que António Pedro exerceu na banda: “No início dos Xutos, o António Sérgio era a única personagem do meio que levávamos a ouvir as nossas cassetes, para sabermos a sua opinião. Foi ele o professor do nosso primeiro disco e dos nossos primeiros singles. Quando arranjou a editora [Rossil] produziu-nos logo e, desde cedo, estabelecemos com ele uma cumplicidade e amizade bastante fortes”.

“A morte do António Sérgio é uma perda enorme para a rádio e para a divulgação da música em Portugal. Ele foi pioneiro no trabalho que se propôs fazer como locutor e como divulgador de música”, lamentou o músico.

“Lembro-me que, desde 1977, comecei a seguir a carreira de divulgação musical do Sérgio através dos seus programas. Muitos dos nomes que hoje em dia são conhecidos no meio musical português vieram através do António Sérgio. Para mim o programa Rotação era sagrado e chegava a gravar algumas coisas em cassete”, recordou Zé Pedro.

“Ele sempre foi uma personagem e uma voz muito forte dessa divulgação de música e certamente terá deixado escola junto de muitos dos que hoje em dia são profissionais de rádio”, acrescentou o guitarrista.

Igualmente contactado pelo PÚBLICO, António Macedo recorda o seu velho companheiro de rádio sobretudo como um profissional dedicado, que "andava sempre a coscuvilhar, a escarafunchar o que ia saindo... Era um autêntico coca-bichinhos, e foi assim até ontem”. “Andava sempre à procura do novo, do diferente, do que podia interessar... às vezes acertava ao lado, mas as mais das vezes acertava em cheio”.

“António Sérgio manteve-se sempre à tona, sempre coerente, sempre convicto. Foi um idealista da música, um idealista da rádio. É completamente insubstituível”, recorda António Macedo.

João David Nunes, um dos fundadores da Rádio Comercial e o homem responsável pela sua ida para essa casa, em 1980, indicou ao PÚBLICO que António Sérgio sempre teve uma “capacidade enorme de estar à frente do seu tempo e estabelecer percursos alternativos onde outros não viam nada”.

“E depois a sua voz, que era inconfundível. Era discreto, mas tinha uma grande força. Vai continuar a ser uma marca indelével da história da rádio em Portugal”, recorda João David Nunes.

Para Adolfo Luxúria Canibal, ouvido pela Lusa, António Sérgio “sempre foi uma referência" durante a sua adolescência. “As memórias são muitas. Fazia parte do meu crescimento musical. Pessoalmente deixa-me muito boas memórias”, acrescentou Adolfo Luxúria Canibal, nome artístico de Adolfo Morais de Macedo, fundador, letrista e vocalista do grupo Mão Morta, desde 1984.

Embora nunca tenha trabalhado com António Sérgio, Adolfo Luxúria Canibal destacou o facto dos Mão Morta sempre terem dado a conhecer em primeira-mão os seus trabalhos ao radialista. “Sempre lhe dei primazia nos trabalhos que íamos fazendo. Era uma espécie de agradecimento pelo trabalho que ele fez e pelo crescimento musical de gerações nas quais eu me incluo”, acentuou.

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